sábado, 3 de março de 2012

Antropologia Filosófica - CULTURA GREGA

Este texto foi baseado na aula de Pós-graduação em Filosofia da Existencia , Universidade Católica de Brasilia - Polo: São Paulo- disciplina - "Tópicos de Antropologia Filosófica"  sob a orientação do Prof. Vicente Sergio Brasil Fernandes - Tema da aula: LUGAR DO HOMEM NA CULTURA GREGA.

Este texto pode ser complementado por postagens anteriormente já feitas como:
a) no vídeo Video – Uma Historia na subjetividade no ocidente. Jurandir Freire Costa (psicanalista) - Programa: Café filosófico

b) como Sócrates participa ativamente dos diálogos Platônico:


O sentido da cultura para o homem grego representa a superação do Zoe (vida animal) para uma vida ideal – BIOS – onde qualifica a pessoa para o exercício da vida política.

A partir da cultura grega há o surgimento da cultura como unidade histórica dando expressão ao homem grego como para todos os outros povos independente de ter ou não origem grega.
A cultura passa a ser entendida como um principio formativo através da caracterização de um povo em suas manifestações e formas de vida.
Os gregos levantam o problema da individualidade e com ele o inicio do entendimento da formação do EU buscando a compreensão do EU-INDIVIDUALIZADO através do paradigma grego que a LIBERDADE É ALGO NATURAL ao SER HUMANO (natural da existência humana).

            Os Gregos acreditam que o todo ordenado possui um sentido e uma posição manifestada e está simultaneamente ligado as suas estruturas (suas partes) de forma natural. Neste sentido, busca-se a apreensão das LEIS DO REAL (onde se inclui a cultura) em todos os âmbitos da existência (pensamentos, linguagem, ação) na vida EM COMUNIDADE.

Assim, o homem é um SER POLÍTICO, que VIVE NATURALMENTE em uma comunidade e à disposição da comunidade não se buscando a individualidade independente.


            A sistematização dos valores humanos são expressos pela cultura.

Temos num primeiro momento o valor religioso-familiar como formas de reger a vida humana e política mais com a cultura grega este valor (religioso-familiar) FOI SUBSTITUIDO pela POLIS (cidade-estados) através dos VALORES UNIVERSAIS, que mais tarde foi legitimado pela razão.
 
A estrutura JURIDICA DA POLIS levou a comunidade política para uma harmonia do real, como comunidade universal sendo representado pelo microcosmo inserido no macrocosmo dando um sentido espiritual  (no período da Grécia antiga) a vida política quanto a condição humana como tendo uma RAZÃO DO SER NO MUNDO.
O sentido da Existência para os gregos tem três dimensões:
A)    Vida individual ligada ao plano material
B)     Valores morais ligado ao plano espiritual
C)    Mundo da natureza ligado ao homem no universo que lhe é dado.

É em Platão que se tem o diálogo como forma de conduzir, de maneira plena, a existência.
Platão entende a existência do Ser (o homem) como um SER CONCRETO.
Platão destaca o valor do uso do DIÁLOGO como:
-         forma de auto-expressão do ser humano (expressão do ser de sua existência)
-         não se entrega ou não se integra a nenhuma forma de esquematização analítica
-         ultrapassa os limites das palavras
-         pressupõe a existência concreta de um Ser que fala (Ser como Intersubjetividade)
-         especular com o outro através da troca de conhecimentos/respeito com o outro

Há duas dimensões nos Diálogos de Platão ligadas uma a Ação e outra a Política quando:
-         informa a necessidade da comunicação (diálogo) que é AGIR SOBRE E EM DIREÇÃO AO OUTRO.
-         Indica o viver em sociedade (política).

Em Aristóteles temos a visão de que o homem só, relegado a si mesmo, não se justifica, pois também não se identifica.
Aristóteles aceita a tipologia homem. Para ele o homem é um fato homem, que tem lugar no universo, que permanece na terra e contempla a SI MESMO, a natureza e o mundo.
Para Aristóteles o homem possui um sentido que habita a si mesmo, onde no seu mundo tudo pode ser explicado por tudo ser compreendido. Tudo é forma podendo ser definidos e reproduzidos. O acaso não existe por isso tudo pode ser compreendido.
O homem ao afirmar “eu sou um homem” faz um retorno a si mesmo de forma positiva  consigo e com a natureza dado-lhes um forma e compreensão.  Quando o homem fala de si mesmo ele o diz sempre na 3.a pessoa do singular – ELE – demonstrando a IMPESSOALIDADE. O homem alcança CONSCIENCIA de si mesmo enquanto homem e não enquanto este homem, por isso ele é um ELE e não um EU.

Assim temos o homem em Aristóteles sendo simultaneamente um ELE E EU.
Um ELE quando procura exprimir o que existe de particular em relação a si mesmo (eu) e um EU que está inserido simultaneamente no conjunto psicofísico ligado diretamente a sua consciência (do seu EU existente humano) dando-lhe uma função espiritual ou transcendente (rompendo com o entendimento platônico onde o mundo supra-sensível não pode se ligar ao mundo sensível). É nesta Aristotélica que irá auxiliar a fundamentação da concepção grego-romana.

(Autora: Eneide Pompiani de Moura)

Referencias bibliograficas recomendadas
ARISTÓTELES. Convite à filosofia . Trad. Renata M. P. Cordeiro – São Paulo:
Landy, 2001.
CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica . Trad. Vicente Félix de Queiroz – São Paulo: Mestre Jou,
1972.
CHATELET, François. Platão . Trad. Antônio Souza Dias - Porto: Rés, 1977.
DUMONT, Jean-Paul. A filosofia antiga . Trad. Luis Carvalho. Lisboa: Setenta, 1981.
MAIRE, Gaston. Platão . Trad. Rui Pacheco – Lisboa: Setenta, 1986.
PLATÃO. Fédon . Trad. José Cavalcante de Souza. 2ª ed. São Paulo: Abril, Coleção Os Pensadores, 1983.
Antropologia filosófica . 6ª ed. – São Paulo: Loyola, 2001. Vols. 1 e 2.
Título: Questões Introdutórias à Antropologia Filosófica
http://arje.hotusa.org/antropoart.htm
Título: Identidade Humana e Filosofia
http://www.shaf.filosofia.net/1998acta.htm
Título: Antropologia Filosófica como Disciplina Autônoma
http://arje.hotusa. o rg/ a ntropo2.htm
Título: O Horizonte da Antropologia Filosófica
http://www.filosofia.or g /filomat/df263.htm
Título: Antropologia Filosófica como Questão
http://www.olavodecarvalho.org/semana/030719globo.htm
Título: Antropologia Filosófica e Filosofia
http://www.filosofia.org/filomat/df273.htm

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