terça-feira, 27 de março de 2012

Visão greco-romana em busca da compreensão da filosofia da vida.

Texto de Eneide Pompiani de Moura sobre “O Universo Medieval” da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existência, coordenado pelo Prof Vicente Sergio Brasil Fernandes (março/2012).

1)     Para o mundo grego-romano a filosofia e a vida não podem ser vistas separadamente. Que implicações temos para a filosofia com essa nova perspectiva?

A visão greco-romana representada por Sêneca, Cícero, Marco Aurélio e Epicteto busca compreender a “filosofia da vida” onde quem pergunta é o homem (a priori humano) e o filósofo tenta responder através do caráter existencial da presença do homem no mundo e com isso fazendo uma união entre a filosofia e a vida. Lembrando que na cultura grega quem pergunta é o filósofo e o homem tenta responder.

Na perspectiva greco-romana, o foco esta na concepção do homem e na sua personalidade com uma singularidade, onde são levadas em conta as características pessoais, as experiências de vida e as necessidade pessoais onde o homem pergunta e o filósofo busca responder-lo.

No contexto da filosofia greco-romana a experiência de cada pessoa passa a ser vital para o surgimento de novas noções sobre o homem tal como ele é de fato.



2)     Essa nova concepção sobre a filosofia traz também para o sentido antropológico?

O sentido antropológico do universo medieval está na valorização da vida humana e seus problemas existenciais, que serão respondidos pela filosofia.

     A condição essencial está na preservação da relação consigo mesmo através de um “novo homem” onde ele mesmo apresenta questões a seu modo possibilitando às diferentes teorizações filosóficas.

     A “filosofia da vida” tem como princípio se ater a si próprio (através da própria experiência) sem sofrer influencia filosófica. A filosofia passa a ter um papel interpretativo das idéias e valores dos homens bem como os acontecimentos (concretos ou pessoais) e idéias/valores filosóficos que os afetam.

     O sentido Antropológico está na interpretação da “filosofia da vida” através dos relatos da vida pessoal que se alternam com as considerações genéricas à respeito da existência e das pessoas. Assim, tem-se conclusões sobre um modo de como a vida pode ser vivida através da perspectiva histórico-pessoal. Dá-se importância a vida pessoal à partir de si mesmo definindo sua condição de pessoa.

     A valorização da personalidade humana como busca traz o seu estatuto antropológico na experiência da vida. O elemento pessoal – o ato pessoal – é quem determina a maneira como são postas as questões. Há uma tomada de consciência reflexiva em relação ao que acontece com o homem e com o que esta a sua volta.

     Na visão Antropológica esta tomada de consciência (ato pessoal) passa do geral ao particular e do particular para o geral. Há uma transferência de representações filosóficas para a linguagem usual através das referencias às “verdades vitais”, que não precisam ser previamente justificadas (como por exemplo: a morte, a fragilidade, a solidão, a corruptibilidade etc.). Há um sentido de luta do homem consigo mesmo e a vida.

Autora: Eneide Pompiani de Moura

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