quinta-feira, 29 de março de 2012

O Universo Renascentista visão da Antropologia Filosófica






Texto de Eneide Pompiani de Moura sobre o tema “O Universo Renascentista” da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existência - Universidade Católica de Brasilia - Polo: São Paulo, coordenado pelo Prof Vicente Sergio Brasil Fernandes (março/2012).



Foco do tema: Como a Antropologia da renascença pode ser considerada uma ruptura e uma transição, e como esta emerge até o racionalismo moderno.


                   O período da Renascença – sec XIV ao XVI é marcado por grandes transformações principalmente aos ligados a cultura como os descobrimentos geográficos (ampliando os horizontes etnográficos e geográficos), revolução coperiana (alargamento da ordem cósmica).

                                   O Renascimento tem como foco a volta ao ideal pagão do homem anterior ao cristianismo. Isto significa  que o homem tem consciência de si a partir de sua autonomia, independente de qualquer norma que transcenda a sua natureza. A liberdade e a individualidade passa a ter um valor de mundo e do próprio homem. O ideal do homem é de vida subjetiva, natural, individual, rompendo com todo elemento supra-humano, sem caráter religioso.

                              O Renascimento é a continuação dos pensamentos da Idade Média como reestrutura de valores e estruturas. Por isso, o renascimento apresenta as inquietudes apresentadas na idade média, mais sob uma forma dinâmica dos conceitos do homem, quando a pessoa passa a ter a sua própria história de desenvolvimento pessoal e assim a sociedade também adquire sua história de desenvolvimento.

                            A identidade contraditória entre indivíduo e sociedade vem da humanização do tempo e do espaço onde há a compreensão que o homem cria o mundo, mas vive uma contradição, isto é, não é possível a ele recriar a humanidade pois a história acontece independente de sua vontade. A humanidade se constitui em um conceito bastante genérico no renascimento.

                        A no renascimento um retorno, em alguns aspectos, na ideologia da Antiguidade como a forma do homem se comportar e viver de forma evolutiva, com um conceito de ser dinâmico. Este conceito de ser dinâmico vem das concepções das relações humanas que se fazem de forma dinâmica onde tudo se transforma (logo, não há a perfeição mais a busca dela). É no renascimento que a escolha do destino de cada um passa a ser sinônimo da existência de possibilidades infinitas.

                   A consciência de classe é um processo dinâmico de transformações dando chance ao individuo elevar-se acima de sua classe social originária através do processo produtivo e não somente ao seu status de nascimento. O que o inviduo realiza/produz passa a fazer parte do dinamismo da sociedade.

                  O aparecimento da relação individual com a sociedade, onde a questão da escolha de seu próprio destino por cada um, fez surgir novos valores, bem como a fundação de uma perspectiva e de um modo de comportamento acentuadamente individualistas. O individualismo no renascimento vem do culto do “homem que se faz a si próprio” que caracteriza o homem que deseja fazer a si próprio, sendo dono do seu próprio destino nas dimensões: ético, econômico e ideológico caracterizando o conceito dinâmico de homem. Assim, o homem no renascimeno procura a unidade entre conceitos de homem e ideal de homem (ideais pluralistas/ valores morais pluralistas) oposto aos valores do sistema medieval unitário de valores.

            Na idade Média a consciência de si estava ligado ao coletivo: raça, povo, grupo, família ou corporação. Assim, o individuo só se reconhecia através de uma categoria geral de forma genérica com hierarquias como estruturas pré-estabelecidas. Tudo era direcionado ao coletivo e aos modos hierárquicos da Igreja e da sociedade.  

                  No final da Idade Média  o sentimento entre as pessoas, submetidas a este sistema coletivo, era de  depressão, melancolia e ansiedade desenvolvendo como resultado deste estado de descontentamento a busca pelo individualismo como reação ao coletivismo deteriorado.
No Renascimento o individualismo encontra apoio nas ciências modernas através do domínio da natureza. Esse domínio significa o poder de dispor da natureza segundo as necessidades e conveniência do homem (como observado por Descartes em sua obra 1637 – Discurso do Método, Francis Bacon – utilitarismo, matemática – fenômenos mensuráveis reais).
 
Autora: Eneide Pompiani de Moura
 



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