Resumo de Eneide Pompiani de Moura
do texo original da Disciplina "O modo de conceber e fazer filosofia de alguns pensadores medievas".
Curso de Pós-Graduação em Filosofia da Existencia
Universidade Católica de Brasilia - 2011
Proclo aprofunda a Metafísica de Plotino particularmente quanto:
a) lei ontológica, que governa a geração de todas as coisas;
b) lei ‘ternária’, que explica a constituição ontológica de tudo o que existe.
A primeira lei - que governa ontologicamente a processão de todos os entes
- explica esse movimento como circular, que se dá em três momentos concomitantes:
- A ‘manência’ (moné, em grego) - a permanência do princípio produtor em si mesmo, ou seja, o princípio último de unidade - o Uno permanece em si quando da produção dos entes; ele não perde nada com o movimento da processão.
- A ‘processão’ (próodos, em grego) - que é o movimento de saída e produção - a partir da causa última - da Inteligência, da Alma cósmica, das almas individuais e dos corpos materiais.
- O ‘retorno’ ou a ‘conversão’ (epistrophé, em grego) - ou seja, a reunião ou volta ao princípio derradeiro.
Segundo Reale, 2003, vol. 1, 366; esta lei expressa o próprio ritmo da realidade em sua totalidade. O UNO produz por causa “de sua perfeição e superabundância de poder”, segundo um processo triádico que é circular e concomitantes. Temos:
1) Todo ente produtivo permanece como é, por causa desse seu permanecer imóvel e irredutível, produz.
2) A ‘processão’ é o resultado da multiplicação que o produtor faz de si mesmo, em virtude de sua própria potência.
3) Conseqüentemente, as coisas derivadas têm afinidade estrutural com suas causas; ademais, aspiram a manter-se em contato com elas e, portanto, a ‘retornar’ a elas. Por isso, as hipóstases nascem por razão de semelhança e não por razão de dessemelhança.
A segunda lei determina a constituição ontológica de todos os entes.
Não importa se é um ente sensível ou supra-sensível, todo ente é constituído por três elementos fundamentais:
o limite (peras) e
o ilimite ou infinito (apeíron)
e a mistura do o limite (peras) e o ilimite ou infinito (apeíron).
A lei do ternário
(que consiste que todo ser
todo ente constituído
pelo limite, pelo ilimite e pela diferente mistura dos dois)
está presente em TUDO que existe.
CONCLUINDO:
Tanto para Plotino como para Proclo a causa última está toda a realidade - só tem sentido à medida que seu reconhecimento permite à alma, com o auxilio da razão filosófica, a voltar-se a si mesma e aí realizar sua própria salvação, libertando-se da obscuridade e amarras dos sentidos e optando livremente a ser o que ela sempre foi: unida a sua origem, o Uno.
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