Resumo de Eneide Pompiani de Moura
do texo original da Disciplina "O modo de conceber e fazer filosofia de alguns pensadores medievas".
Curso de Pós-Graduação em Filosofia da Existencia
Universidade Católica de Brasilia - 2011
O mestre de Plotino foi Amônio de Sacas, que tinha uma escola de filosofia em Alexandria entre os
séculos II e III d.C. Seus escritos foram classificados, por seu discípulo Porfírio, em 54 pequenos tratados e esses agrupados, conforme os diferentes temas, em seis Enéadasde nove tratados (em grego, ennea significa ‘nove’; daí o nome Enéadas da obra plotiniana que contém as seis Enéadas).
séculos II e III d.C. Seus escritos foram classificados, por seu discípulo Porfírio, em 54 pequenos tratados e esses agrupados, conforme os diferentes temas, em seis Enéadasde nove tratados (em grego, ennea significa ‘nove’; daí o nome Enéadas da obra plotiniana que contém as seis Enéadas).
(Enneade IV, 7)
Uma alma cósmica impregna o corpo do mundo, conferindo-lhe ordem, vida unidade. Segundo Plotino, a alma, seja ela a alma cósmica ou a alma individual, é a única fonte de estrutura e ordem, que é
transmitida para o corpo pelo efeito dinâmico. O corpo, em contrapartida, caracterizado pela localização e massa, desfaz-se na qualidade de composto, perde a sua unidade, a sua estrutura, quando a alma não
permanece mais ativa nele. Essa diferenciação entre alma e corpo significa para Plotino (Enneade IV, 7)
que a alma tem de ser incorpórea, pois de outra maneira o mundo já teria chegado à destruição. Devido
ao caráter incorpóreo, a alma não é definida por localização e massa. Ela pode estar ativa em toda parte
e uniformemente no corpo (no corpo cósmico ou no corpo individual). O corpo na sua existência
estruturada pressupõe a alma: não é a alma que depende do corpo, mas o corpo, da alma.
transmitida para o corpo pelo efeito dinâmico. O corpo, em contrapartida, caracterizado pela localização e massa, desfaz-se na qualidade de composto, perde a sua unidade, a sua estrutura, quando a alma não
permanece mais ativa nele. Essa diferenciação entre alma e corpo significa para Plotino (Enneade IV, 7)
que a alma tem de ser incorpórea, pois de outra maneira o mundo já teria chegado à destruição. Devido
ao caráter incorpóreo, a alma não é definida por localização e massa. Ela pode estar ativa em toda parte
e uniformemente no corpo (no corpo cósmico ou no corpo individual). O corpo na sua existência
estruturada pressupõe a alma: não é a alma que depende do corpo, mas o corpo, da alma.
Assim, os corpos sem a alma se reduzem a uma ausência radical de qualquer forma, a um não-ser, a
uma escuridão denominada ‘matéria’. A matéria, portanto, tem sua origem na alma e se torna a base da
constituição do mundo. A alma, assim, em Plotino (Enneade III, 4, 1), assume a atividade constituinte do mundo, própria do demiurgo de Platão. Aliás, Plotino - inspirado pela alma em sua função formadora - prefere identificar esse demiurgo com um espírito divino.
uma escuridão denominada ‘matéria’. A matéria, portanto, tem sua origem na alma e se torna a base da
constituição do mundo. A alma, assim, em Plotino (Enneade III, 4, 1), assume a atividade constituinte do mundo, própria do demiurgo de Platão. Aliás, Plotino - inspirado pela alma em sua função formadora - prefere identificar esse demiurgo com um espírito divino.
Mas essa função da alma pressupõe um conhecimento sobre os modelos a partir dos quais a alma pode
formar e conduzir a matéria a uma unidade racional. Mas, dado que a alma não tem em si esse
conhecimento, pois ela tem de recebê-lo ou apreendê-lo, o conhecimento deve existir antes que ela
(Plotinus, Enneade V, 1, 3-4). Essa unidade entre o conhecimento e os modelos do mundo (as Formas de Platão), pressuposta pela alma, é, em Plotino, o Espírito, a Inteligência ou as Idéias de Platão: esse
espírito supra-sensível se identifica nele com o demiurgo de Platão.
As diferentes formas de realidade se constituem numa relação de mútua dependência. As três hipóstases
– o Uno (En), a Inteligência (Nous, Espírito, Intelecto ou Inteligível) e a Alma (psyque) - dão conta dessa intrínseca subordinação de toda a realidade:
– o Uno (En), a Inteligência (Nous, Espírito, Intelecto ou Inteligível) e a Alma (psyque) - dão conta dessa intrínseca subordinação de toda a realidade:
Nada vem do Uno senão aquilo que há de maior depois dele.
Mas o que há de maior depois dele é a Inteligência, que é o segundo termo.
Com efeito, a inteligência vê o Uno e não tem necessidade senão dele;
mas ele não precisa dela;
o que nasce do termo superior à Inteligência é a Inteligência;
e a Inteligência é superior a todas as coisas porque as outras coisas vêm depois
dela; por exemplo, a Alma é o verbo e o ato da Inteligência, como ela própria
é o verbo e o ato do Uno. ( Plotinus.Enneade V, 1, 6)
dela; por exemplo, a Alma é o verbo e o ato da Inteligência, como ela própria
é o verbo e o ato do Uno. ( Plotinus.Enneade V, 1, 6)
(Enneade V, 2, 1- 2)
“o Uno é todas as coisas e não é nenhuma delas;
princípio de todas as coisas,
princípio de todas as coisas,
ele não é todas as coisas, pois todas as coisas são o Primeiro e não são o
Primeiro porque este permanece em si próprio, dando-lhe a existência”.
Primeiro porque este permanece em si próprio, dando-lhe a existência”.
Continuando, Plotino usa essa
imagem: “cada ponto de uma linha é diferente dos outros, mas a linha é contínua e o ponto anterior não
morre naquele que o segue; ora todas as coisas são como uma grande Vida que se estende em linha
reta”.
imagem: “cada ponto de uma linha é diferente dos outros, mas a linha é contínua e o ponto anterior não
morre naquele que o segue; ora todas as coisas são como uma grande Vida que se estende em linha
reta”.
(Plotinus. Enneade I, 8,2)
A Inteligência é o primeiro ato do Bem, o primeiro ser.
O Bem permanece em si próprio;
ele age tal como vive circulanndo à volta dele.
Fora da Inteligência e em seu torno circula a Alma;
olha para a Inteligência e, ao contemplá-la até
à sua intimidade, vê por ela o Deus supremo.
à sua intimidade, vê por ela o Deus supremo.
(Plotinus. Enneade. VI, 9, 11)
Cada um, com efeito, não se torna essência,
mas superior à essência porquese compenetra com Deus.
Se, portanto, alguém souber contemplar-se assim,
terá a si mesmo como imagem de Deus e,
terá a si mesmo como imagem de Deus e,
se ultrapassa de si para Ele,
como da imagem para o exemplar,
alcançará o fim de seu caminho.
Mas se cair da contemplação,
de novo, reavivando a virtude
que está nele e reconhecendo-se
inteiramente disposto,
inteiramente disposto,
poderá elevar-se da virtude
para o pensamento
e da sabedoria até Deus.
Esta é a vida dos deuses
Esta é a vida dos deuses
e dos homens divinos
e bem-aventurados:
libertação das coisas de cá embaixo,
vida livre das amarras corpóreas,
fuga do só para o
Só.
Só.
Por conseguinte, o homem, graças a suas próprias forças pode divinizar-se e ser feliz como os deuses.
Plotino buscou em Platão e Aristóteles os elementos que pudessem conduzi-lo à contemplação da origem de tudo o que existe.
Plotino buscou em Platão e Aristóteles os elementos que pudessem conduzi-lo à contemplação da origem de tudo o que existe.
Referencias Bibliograficas:
LIBERA, Alain de. A filosofia medieval. Tradução Nicolas Nyimi Campanário e Yvone Maria de Campos
Teixeira da Silva. São Paulo: Loyola, 1998. 532p.
Pensar na Idade Média. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Edição 34, 1999. 356p.
PLOTINO. Tratados das Enéadas. (Apenas 12 dos 54 tratados). Trad de Américo Sommerman. São
Paulo: Polar Editorial, 2000. 188p.
PLOTINUS. The six Enneads. Chicago: The University of Chicago, 1952 (By Encyclopaedia Britannica).
Eneide Pompiani de Moura
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