quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Platão

fonte: PLATÃO, Sofista, 237 A (versos 7, 1-2); SEXTO EMPÍRICO, VII, 114 (vv 7-36), SIMPLÍCIO, Física, 114, 29, (vv. 8, 1-52); IDEM, Ibidem, 38, 28 (VV 8, 50-61). 




(7.) Não, impossível que isso prevaleça, ser (o) não ente.
Tu porém desta via de inquérito afasta o pensamento;
nem o hábito multiexperiente por esta via te force;
exercer sem visão um olho, e ressoante um ouvido,
e a língua, mas discerne em discurso controversa tese
por mim exposta. 

(8.) Só ainda (o) mito de (uma) via
resta, que é; e sobre esta índicios existem,
bem muitos, de que ingênito sendo é também imperecível,
pois é todo inteiro, inabalável e sem fim;
nem jamais era nem será, pois é agora todo junto,
uno, contínuo; pois que geração procurarias dele?
Por onde, donde crescido? Nem de não ente permitirei
que digas e pense; pois não dizível nem pensável
é que não é; que necessidade o teria impelido
a depois ou antes, se do nada iniciado, nascer? 

Assim ou totalmente necessário ser ou não.
Nem jamais do que em certo modo é permitia força de fé
nascer algo além dele; por isso nem nascer
nem perecer deixou justiça, afrouxando amarras,
mas mantém; e a decisão sobre isto está no seguinte:
é ou não é; está portanto decidido, como é necessário,
uma via abandonar, impensável, inominável, pois verdadeira
via não é, e sim a outra, de modo a se encontrar e ser real. 

E como depois pereceria o que é? Como poderia nascer?
Pois se nasceu, não é, nem também se um dia é para ser. 

Assim geração é extinta e fora de inquérito perecimento.
Nem divisível é, pois é todo idêntico;
nem algo em uma parte mais, que o impedisse de conter-se,
nem também algo menos, mas é todo cheio do que é,
por isso é todo contínuo; pois ente a ente adere. 

Por outro lado, imóvel em limites de grandes liames
é sem princípio e sem pausa, pois geração e perecimento
bem longe afastaram-se, rechaçou-os fé verdadeira.
 
O mesmo e no mesmo persistindo em si mesmo pousa. 
e assim firmado aí persiste; pois firme a Necessidade
em liames (o) mantém, de limite que em volta o encerra,
para ser lei que não sem termo seja o ente;
pois é não carente; não sendo, de tudo careceria. 

O mesmo é pensar e em vista do que é pensamento.
Pois não é sem o que é, no qual é revelado em palavra,
acharás o que pensar; pois nem era ou é ou será
outro fora do que é, pois Moira o encadeou
a ser inteiro e imóvel; por isso tudo será nome
quanto os mortais estatuíram, convictos de ser verdade,
engendrar-se e perecer, ser e também não,
e lugar cambiar e cor brilhante alterar. 

Então, pois limite é extremo, bem terminado é,
de todo lado, semelhante a volume de esfera bem redonda,
do centro equilibrado em tudo; pois ele nem mesmo algo maior
nem algo menor é necessário ser aqui ou ali;
pois nem não-ente é, que o impeça de chegar
ao igual, nem é que fosse a partir do ente
aqui mais e ali menos, pois é todo inviolado;
pois a si de todo igual, igualmente em limites se encontra. 

Neste ponto encerro fidedigna palavra e pensmento
sobre a verdade; e opiniões mortais a partir daqui
aprende, a ordem enganadora de minhas palavras ouvindo. 

Pois duas formas estatuíram que suas sentenças nomeassem,
das quais uma não se deve - no que estão errantes -;
em contrários separaram o compacto e sinaus puseram
à parte um do outro, de um lado, étereo fogo de chama,
suave e muito leve, em tudo o mesmo que ele próprio
mas não o mesmo que o outro; e aquilo em si mesmo
(puseram)
em contrário, noite sem brilho, compacto denso e pesado. 

A ordem do mundo, verossímel em todos os pontos, eu te revelo,
para que nunca sentença de mortais te ultrapasse. 



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