***OBS - estes comentários são pessoais (de Eneide Pompiani de Moura).
Resposta: Depende!
Gostaria de lembrar que a Dialética socrática tem dois focos: primeiro uma preocupação com ética e educativa que leva a exortação à virtude (postura não cética) e a segunda o interesse pela lógica ou gnoseológico.
A Dialética socrática tem três características: o não saber socrático, a ironia socrática e a maiêutica. Assim sob o ponto de vista da palavra cética que significa observar, investigar, a dialética socrática assume este aspecto.
Também quanto a postura cética que exige uma equipolência: todos os pólos acabam se equivalendo, por isso não posso tender mais para um lado do que para outro é o que se observa o que se enquadraria na 1.a fase do pensar dialético socrático do O não saber socrático e na 3.a fase do pensar dialético socrático na maiêutica.
Lembrando que o não saber socrático é o caminho encontrado por Sócrates para a abertura ao diálogo. Com esta postura Sócrates faz uma descontrução da physis – que pretendia conhecer as leis do cosmo; dos sofistas – que acreditavam ter o saber ilimitado e o dogmatismo do senso comum.
A maiêutica é uma técnica usada por Sócrates para o desmonte do saber estabelecido, despojando-se de suas verdades, o interlocutor sai de seu dogmatismo próprio do senso comum e se estabelece no campo da dúvida,lugar próprio ao nascimento do verdadeiro conhecimento.
A 2.a fase da Dialética Socrática é que tenho dúvidas se ela é cética. Isto por que, segundo Hunnex, o ceticismo nega a possibilidade tanto do conhecimento como um todo quanto da apreensão imediata das coisas como tais. Em vez disso o ceticismo dá ênfase à importância das percepções particulares. Partindo deste pressuposto a ironia socrática que é uma técnica usada por Sócrates para dar oportunidade ao interlocutor de entrar num diálogo raciocinado com ele (Sócrates). Com este método Sócrates acredita ter encontrado o caminho para o Homem seguir a verdade o que foge ao pensamento cético.
Se a ironia socrática faz suscitar discussões levando a por em cheque o senso comum numa desconstrução e conduzindo a novas construções de verdades ou novos conhecimentos, isto vai contra o pensamento cético.
Autora: Eneide Pompiani de Moura
Referencia bibliografica
Cotrim G. Fundamentos da Filosofia. Historia e grandes temas. Ed Saraiva, 16.a ed reformulada e ampliada. 2006. 303 p.
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