segunda-feira, 5 de março de 2012

O que é Antropologia Filosófica?


Este texto foi baseado na aula de Pós-graduação em Filosofia da Existencia, Universidade Católica de Brasília - Polo: São Paulo - disciplina - "Tópicos de Antropologia Filosófica"  sob a orientação do Prof. Vicente Sergio Brasil Fernandes.


Trata a questão do homem em sua dimensão ôntica a partir da História e da Cultura que esse mesmo homem produz. Os períodos históricos servem como base ôntica da produção histórico-cultural como um todo.
Esclarecendo que quando me refiro a Ôntico  quero me referir a tradução:  “o que se refere aos entes”. Heidegger afirma que “a pergunta ontológica é mais primordial do que a pergunta ôntica das ciências positivas”.

Quando me refiro a cultura, quero dizer, como  o conjunto das instituições e tradições, dos costumes e representações coletivas, das crenças e sistemas de valores que caracterizam determinada sociedade.
A Antropologia Filosófica considerara alguns elementos existenciais experimentados de modo coletivo no mundo da vida. 


A crise de identidade no mundo contemporâneo faz com que o enfoque antropológico direcione melhor o pensamento coletivo buscando compreender o pensamento individual de uma sociedade. Assim, é importante interpretarmos a cultura e a Filosofia que amplia as várias estruturas de significação do homem agregando possíveis maneiras de continuar o exercício de reelaboração da existência, utilizando, para isto, a rearticulação de sentidos que são construídos a partir da cultura. 


Vale ressaltar que a característica do discurso antropológico é a de uma disposição crítica que se origina do interesse por uma realização livre ou que busque sempre fundamentar uma emancipação quanto aos modos de compreender a existência, bem como o modo de vida humano.
No discurso antropológico há um compromisso com o estabelecimento de uma comum unidade de fala, de diálogo. Assim, todos os que participam deste diálogo possuem os mesmos direitos e este seria um princípio regulador para buscar uma interpretação abrangente sobre o homem, uma interpretação que conduza a uma ação mais ativa do eu no mundo, que vise a uma posição de liberdade em relação às forças legitimadas e legitimadoras da cultura. 


Ao considerarmos que toda interpretação apela para uma fundamentação de postura emancipatória, podemos compreender que a leitura sobre o modo de ser do homem é interrogativa, pois toda vivência comunicativa é da ordem do questionamento. Isto é possível se levarmos em consideração que o discurso filosófico pode se apresentar como sistema, enquanto o universo existencial apresenta configurações padronizadas. 


O interesse da Antropologia Filosófica é através de um questionamento, através do diálogo, buscar reatualizar um problema filosófico dando abertura para novas forma de compreensão do mundo ou do homem que habita este mundo. Não mais têm lugar os esquemas conceituais, já que o questionar vai sempre em busca de novas estruturas existenciais. É através do diálogo que há a permissão da autonomia daquele que fala sem a preocupação das respostas- sistemas.

É possível, então, interpretar o diálogo como forma de retirar o homem dos esquemas fixos de compreensão, assim a reflexão filosófica passa a ser também cultural, reconhecida como parte integrante de uma cultura, logo ligada ao pensamento antropológico.


A investigação filosófica antropológica faz do ato de dialogar como forma de mediação entre dois sujeitos, onde ambos possuem uma visão crítica do olhar do outro e do seu próprio olhar a partir de uma linguagem comum onde todos se comunicam. Assim o sujeito deixa de ter somente a sua intenção puramente particular e determinista para ter uma visão comunitária (com os outros sujeitos que dialogam), onde os diálogos são transitórios, provisórios e infinitos.


Reconhecendo estas variadas formas que o homem possui de se posicionar frente à existência, é sempre importante ressaltar que o ambiente da Antropologia Filosófica enfatiza a verdade como algo não estático, e isto nos faz compreender que todo acordo possibilitado pelo diálogo é transitório, provisório e, assim, interminável. O ser humano tem, no diálogo, uma forma de conduzir, de maneira plena, sua existência.
Por isso, a Antropologia Filosófica nos leva a refletir nos permitindo um  exame de propostas de novas considerações sobre os diversos modos de ser humano.


(Autora: Eneide Pompiani de Moura)

Leituras recomendadas sobre o tema:
Título: O Horizonte da Antropologia Filosófica
http://www.filosofia.or g /filomat/df263.htm

Título: Antropologia Filosófica como Questão
http://www.olavodecarvalho.org/semana/030719globo.htm

Título: Antropologia Filosófica e Filosofia
http://www.filosofia.org/filomat/df273.htm

sábado, 3 de março de 2012

Antropologia Filosófica - CULTURA GREGA

Este texto foi baseado na aula de Pós-graduação em Filosofia da Existencia , Universidade Católica de Brasilia - Polo: São Paulo- disciplina - "Tópicos de Antropologia Filosófica"  sob a orientação do Prof. Vicente Sergio Brasil Fernandes - Tema da aula: LUGAR DO HOMEM NA CULTURA GREGA.

Este texto pode ser complementado por postagens anteriormente já feitas como:
a) no vídeo Video – Uma Historia na subjetividade no ocidente. Jurandir Freire Costa (psicanalista) - Programa: Café filosófico

b) como Sócrates participa ativamente dos diálogos Platônico:


O sentido da cultura para o homem grego representa a superação do Zoe (vida animal) para uma vida ideal – BIOS – onde qualifica a pessoa para o exercício da vida política.

A partir da cultura grega há o surgimento da cultura como unidade histórica dando expressão ao homem grego como para todos os outros povos independente de ter ou não origem grega.
A cultura passa a ser entendida como um principio formativo através da caracterização de um povo em suas manifestações e formas de vida.
Os gregos levantam o problema da individualidade e com ele o inicio do entendimento da formação do EU buscando a compreensão do EU-INDIVIDUALIZADO através do paradigma grego que a LIBERDADE É ALGO NATURAL ao SER HUMANO (natural da existência humana).

            Os Gregos acreditam que o todo ordenado possui um sentido e uma posição manifestada e está simultaneamente ligado as suas estruturas (suas partes) de forma natural. Neste sentido, busca-se a apreensão das LEIS DO REAL (onde se inclui a cultura) em todos os âmbitos da existência (pensamentos, linguagem, ação) na vida EM COMUNIDADE.

Assim, o homem é um SER POLÍTICO, que VIVE NATURALMENTE em uma comunidade e à disposição da comunidade não se buscando a individualidade independente.


            A sistematização dos valores humanos são expressos pela cultura.

Temos num primeiro momento o valor religioso-familiar como formas de reger a vida humana e política mais com a cultura grega este valor (religioso-familiar) FOI SUBSTITUIDO pela POLIS (cidade-estados) através dos VALORES UNIVERSAIS, que mais tarde foi legitimado pela razão.
 
A estrutura JURIDICA DA POLIS levou a comunidade política para uma harmonia do real, como comunidade universal sendo representado pelo microcosmo inserido no macrocosmo dando um sentido espiritual  (no período da Grécia antiga) a vida política quanto a condição humana como tendo uma RAZÃO DO SER NO MUNDO.
O sentido da Existência para os gregos tem três dimensões:
A)    Vida individual ligada ao plano material
B)     Valores morais ligado ao plano espiritual
C)    Mundo da natureza ligado ao homem no universo que lhe é dado.

É em Platão que se tem o diálogo como forma de conduzir, de maneira plena, a existência.
Platão entende a existência do Ser (o homem) como um SER CONCRETO.
Platão destaca o valor do uso do DIÁLOGO como:
-         forma de auto-expressão do ser humano (expressão do ser de sua existência)
-         não se entrega ou não se integra a nenhuma forma de esquematização analítica
-         ultrapassa os limites das palavras
-         pressupõe a existência concreta de um Ser que fala (Ser como Intersubjetividade)
-         especular com o outro através da troca de conhecimentos/respeito com o outro

Há duas dimensões nos Diálogos de Platão ligadas uma a Ação e outra a Política quando:
-         informa a necessidade da comunicação (diálogo) que é AGIR SOBRE E EM DIREÇÃO AO OUTRO.
-         Indica o viver em sociedade (política).

Em Aristóteles temos a visão de que o homem só, relegado a si mesmo, não se justifica, pois também não se identifica.
Aristóteles aceita a tipologia homem. Para ele o homem é um fato homem, que tem lugar no universo, que permanece na terra e contempla a SI MESMO, a natureza e o mundo.
Para Aristóteles o homem possui um sentido que habita a si mesmo, onde no seu mundo tudo pode ser explicado por tudo ser compreendido. Tudo é forma podendo ser definidos e reproduzidos. O acaso não existe por isso tudo pode ser compreendido.
O homem ao afirmar “eu sou um homem” faz um retorno a si mesmo de forma positiva  consigo e com a natureza dado-lhes um forma e compreensão.  Quando o homem fala de si mesmo ele o diz sempre na 3.a pessoa do singular – ELE – demonstrando a IMPESSOALIDADE. O homem alcança CONSCIENCIA de si mesmo enquanto homem e não enquanto este homem, por isso ele é um ELE e não um EU.

Assim temos o homem em Aristóteles sendo simultaneamente um ELE E EU.
Um ELE quando procura exprimir o que existe de particular em relação a si mesmo (eu) e um EU que está inserido simultaneamente no conjunto psicofísico ligado diretamente a sua consciência (do seu EU existente humano) dando-lhe uma função espiritual ou transcendente (rompendo com o entendimento platônico onde o mundo supra-sensível não pode se ligar ao mundo sensível). É nesta Aristotélica que irá auxiliar a fundamentação da concepção grego-romana.

(Autora: Eneide Pompiani de Moura)

Referencias bibliograficas recomendadas
ARISTÓTELES. Convite à filosofia . Trad. Renata M. P. Cordeiro – São Paulo:
Landy, 2001.
CASSIRER, Ernest. Antropologia filosófica . Trad. Vicente Félix de Queiroz – São Paulo: Mestre Jou,
1972.
CHATELET, François. Platão . Trad. Antônio Souza Dias - Porto: Rés, 1977.
DUMONT, Jean-Paul. A filosofia antiga . Trad. Luis Carvalho. Lisboa: Setenta, 1981.
MAIRE, Gaston. Platão . Trad. Rui Pacheco – Lisboa: Setenta, 1986.
PLATÃO. Fédon . Trad. José Cavalcante de Souza. 2ª ed. São Paulo: Abril, Coleção Os Pensadores, 1983.
Antropologia filosófica . 6ª ed. – São Paulo: Loyola, 2001. Vols. 1 e 2.
Título: Questões Introdutórias à Antropologia Filosófica
http://arje.hotusa.org/antropoart.htm
Título: Identidade Humana e Filosofia
http://www.shaf.filosofia.net/1998acta.htm
Título: Antropologia Filosófica como Disciplina Autônoma
http://arje.hotusa. o rg/ a ntropo2.htm
Título: O Horizonte da Antropologia Filosófica
http://www.filosofia.or g /filomat/df263.htm
Título: Antropologia Filosófica como Questão
http://www.olavodecarvalho.org/semana/030719globo.htm
Título: Antropologia Filosófica e Filosofia
http://www.filosofia.org/filomat/df273.htm

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tópicos sobre o tema Quaresma - REFLEXÕES PODEROSAS


Tópicos sobre o tema Quaresma
estão disponibilizadas na minha
comunidade ORKUT
REFLEXÕES PODEROSAS

 http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=1912073&tid=2457542418048007813


Mais um canal de comunicação!
Participe e Divulgue

Paz Profunda!
 Eneide

Quaresma - Preparação para a Páscoa



Estamos na QUARESMA, que terminará em 8 abril com a Páscoa.

Segue a EVOCAÇÃO DA QUARESMA
 como forma
 de nos sintonizarmos com as hierarquias superiores
e transmutarmos as energias negativas em energias de LUZ-VIDA-AMOR.



PAI-NOSSO PARA A QUARESMA

Pai Nosso, o Grande Criador Cósmico Divino,

Que vossa luz irradie e vibre e,
 acima de tudo, 
amacie os corações de todos os seres na Terra agora.

Que possais esculpir novos espaços
 dentro de cada um de nós 
com vossa Presença Eu Sou;

Que possais preencher com criatividade 
tudo aquilo que nós somos;

Que possais fortalecer a nossa Mente Crística 
para que possamos prover 
o fruto da nossa missão ao mundo 
neste momento de quaresma.

Que nós possamos agir 
de acordo com os frutos da Vossa Consciência
 e de acordo com o desejo maior 
da nossa Presença Eu Sou.

Que todos possamos ser providos 
com a Grande Sabedoria Infinita;

Que todos possamos compartilhar 
em cada ser 
as necessidades que crescem 
e florescem em todos os corações.

Pai! 

Ajudai-nos,
 durante esta quaresma, 
a desfazer os nós 
de todos os fios emaranhados 
do nosso destino;

Ajudai-nos mais uma vez
 a unir nossos corações na verdade.

Que possamos libertar outras pessoas
 ou manifestações 
que não mais pertençam a nossas vidas;

Que possamos libertar fios
 que estejam presos por enganos passados;

Que vidas passadas 
sejam transmutadas e perdoadas;

E que, nesta quaresma, 
possamos todos vibrar na Energia da Luz.

Pai Crístico!

Que possamos não mais ser seduzidos
 pelas energias que nos distanciam da Luz 
e da nossa Natureza Divina, 
mas que possamos iluminar as oportunidades do momento presente, 
assim atraindo o potencial da co-criação 
de uma nova vida em nós agora.

Oh! Grande Círculo da Eternidade,

Oh! Grande Abundância Infinita,

Que possamos refletir Vosso Poder.

Oh! Grande Forma da Criação,

Oh! Grande Realização,

Que possamos nos unir 
e, juntos, 
possamos todos formar
 a unidade no Ciclo Crístico
 da vida uma vez mais. 

Assim seja!
 Assim seja! 
Assim seja!

Amém! 
Amém! 
Amém!

PAZ PROFUNDA
Eneide

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AS ENERGIAS ASTRAIS DE FEVEREIRO

OBS- Interpretação do Astrólogo Marcelo Dalla das energias que estão circulando neste mes de FEVEREIRO 2012. Lembre-se a Astrologia Não é determinista, ela é uma ferramenta de auto-conhecimento e apresenta as tendencias que todos nós estamos sujeitos. Aproveite!







HOJE, 3 FEVEREIRO 2012
ingresso de Netuno em Peixes.

O que isso significa?
Depois de 184 anos,
o planeta mais transcendental do Zodíaco retorna ao seu domicílio. 

A humanidade começa a perceber que SOMOS TODOS UM. 
Netuno nos mostra a magia do Universo 
através das sincronicidades, 
para revelar que tudo está conectado a tudo, 
que nada é por acaso. 

NETUNO FICARÁ EM PEIXES POR 14 ANOS!
  
Durante este período
há a promeça da diluição as barreiras do ego. 



A ciência vai se integrar com a espiritualidade,
a tecnologia com a arte... 

Serão tempos difíceis para a intolerância,
o ceticismo,
o preconceito, 
a ignorância. 


Este é um dos eventos
que refletem o grande despertar 
pelo qual passa a humanidade. 


É tempo de nos conectarmos o DIVINO
que habita em cada um de nós. 

Vejam que é a MULTIPLICIDADE
Buscando o retorno
a UNIDADE...
Já preconizada pelo filósofo PLOTINO.

Voce poderá ler mais sobre
o entendimento de Plotino
aqui mesmo no meu blog,
em 11 de outubro 2011
link: http://olhar-filosofico.blogspot.com/2011/10/plotino-filosofo-neoplatonismo.html

Paz Profunda
Eneide


domingo, 29 de janeiro de 2012

30 de janeiro - DIA DA NÃO VIOLENCIA

AMANHÃ - 30 de janeiro

"DIA DA NÃO VIOLENCIA"....

 na verdade deveria ser uma ATITUDE comum à todos! 

Mas.... 

é sempre bom lembrar que 

VIOLENCIA ATRAI VIOLENCIA 

assim como

 AMOR ATRAI AMOR... 

então 

FAÇA SUA ESCOLHA

 DE FORMA RESPONSÁVEL! 

Paz Profunda.

Eneide Pompiani de Moura




sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Dalla Blog: UMA MANDALA PARA CADA SIGNO


EU acredito que as 
formas, as cores, a astrologia 
e tantos outros recursos
são ferramentas
para o auto-conhecimento.

Á medida que nós nos conhecemos
SOMOS 
capazes de além de sermos responsaveis
POR TUDO QUE NOS ACONTECE,
Também influenciamos
o INCONSCIENTE COLETIVO da humanidade.

FAÇAMOS A DIFERENÇA,
E SEJAMOS
LIDERES DE NOSSOS DESTINOS.
(Eneide Pompiani de Moura)





segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Filosofia:um pensamento sistemático



 Mais um Tema do Programa Harmonia Interior    
 Que irá on line no dia 10 fev 2012 as 16:30 hs
       Site: www.dopranaaluz.blogspot.com
                www.radiopax.com.br/


Filosofia:um pensamento sistemático

A filosofia não é um “eu acho que” ou de um “eu gosto que”. Não é pesquisa de opinião à maneira dos meios de comunicação de massa.
Não é pesquisa de mercado para conhecer preferências dos consumidores e montar uma propaganda.
As indagações filosóficas se realizam de um modo sistemático.
Ou seja, a filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamento lógico entre os enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado.
Somente assim, a reflexão filosófica pode fazer com que nossa experiência cotidiana, nossas crenças e opiniões alcancem uma visão crítica de si mesma.

Muda-se o paradigma para o “eu acho que” para o “eu penso que”.
O conhecimento filosófico é um trabalho intelectual.
É sistemático por que não se contenta em obter respostas para as questões colocadas, mas exige que as próprias questões sejam válidas e, em segundo lugar, que as respostas sejam verdadeiras, estejam relacionadas entre si, esclareçam umas às outras, formem conjuntos coerentes de ideias e significações, sejam provadas e demonstradas racionalmente.
Quando o senso comum diz: “esta é minha filosofia” ou “isto é a filosofia de fulana” engana-se e não se engana. Engana-se por que imagina que para “ter uma filosofia” basta alguém possuir um conjunto de ideias mais ou menos coerentes sobre as coisas e pessoas, bem como ter um conjunto de princípios mais ou menos coerentes para julgar as coisas e pessoas. “minha filosofia” ou “filosofia de fulano” ficam no plano de um “eu acho” coerente.
Mas o senso comum não se engana ao usar essas expressões porque percebe, ainda que muito confusamente, que há uma caracteristicaq nas ideias e nos princípios que nos leva a dizer que são uma filosofia: a coerência, as relações entre as ideias e entre os princípios. Ou seja, o senso comum pressente que a filosofia opera sistematicamente, com coerência e lógica, que a filosofia tem uma vocação para formar um todo daquilo que aparece de modo fragmentado em nossa experiência cotidiana.


Referencia bibliográfica:
Chaui M. Filosofia. 1.a Ed. 12.a impressão. Ed Atica. 2007. 232 p.         

domingo, 8 de janeiro de 2012

A reflexão Filosófica


 
      Mais um Tema do Programa Harmonia Interior
      Que irá on line no dia 10 fev 2012 as 16:30 hs
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A reflexão Filosófica


          Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. 


           A reflexão filosófica é radical por que é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento.


          Não somos SOMENTE seres pensantes. Somos seres que AGEM no mundo, que se relacionam (outros humanos, animais, plantas, coisas, fatos e acontecimentos); e exprimimos essas relações tanto pela linguagem como por atitudes.


           A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade que nos rodeia em nosso dia-a-dia em nossas falas e ações que são realizadas através destas relações.


A reflexão filosófica busca responder a três grandes grupos de perguntas:
  1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos?                      Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos?
  1. O que queremos pensar quando pensamos, que queremos dizer o que dizemos, o que queremos fazer quando agimos?   Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
  1. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos?  Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?

Essas três questões podem ser resumidas em: O que é pensar, falar e agir?


Estas três perguntas pressupõem a seguinte pergunta: Nossas crenças cotidianas sou ou não um saber verdadeiro, um conhecimento?


Como vimos na postagem anterior, a atitude filosófica inicia-se indagando: O que é? Como é? Por que é? Estas perguntas se dirigem ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vive e com ele se relacionam. Estas perguntas refletem a essemcoa, a significação ou a estrutura e a origem de todas as coisas.


Na Reflexão Filosófica se indaga: Por que? O que? Para que? Dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.


Referencia bibliográfica:
Chaui M. Filosofia. 1.a Ed. 12.a impressão. Ed Atica. 2007. 232 p.



Atitude filosófica: Indagar


      
      Mais um Tema do Programa Harmonia Interior
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Atitude filosófica: Indagar

A atitude filosófica possui algumas características que são as mesmas, independente do conteúdo investigado. Estas características são:
- Pergunta o que a coisa ou valor ou a ideia é.
A filosofia pergunta qual é a realidade ou a natureza e qual a significação de alguma coisa, não importando qual.

- Pergunta como a coisa ou valor ou a ideia é.
A filosofia indaga qual é a estrutura e quais são as relações que constituem uma coisa ou uma ideia ou um valor.

- Pergunta por que a coisa ou a ideia ou valor existe e é como é.
A filosofia pergunta pela origem ou pela causa de uma coisa ou a ideia ou valor.


A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia e às relações que mantemos com ele. Pouco a pouco, porem, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.

Por isso, pouco a pouco, as perguntas da filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é pensar, como é pensar, por que há o pensar? A filosofia torna-se, então, o pensamento interrogando-se a si mesmo. Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a filosofia se realiza como reflexão.

Referencia bibliográfica:
Chaui M. Filosofia. 1.a Ed. 12.a impressão. Ed Atica. 2007. 232 p.

HISTORIA DA FILOSOFIA – 7 PERIODOS



      Tema do Programa Harmonia Interior
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Em minha opinião,
para podemos compreender o pensamento filosófico 
é necessário contextualiza-lo
no tempo, no espaço e no momento cultural onde ele se faz presente.



Para mim, 
isto significa que através da história
dos grandes pensadores filosóficos 
podemos ter acesso aos conhecimentos
e ADEQUA-LOS 
as nossas realidades 
e tentar compreende-las 
no HOJE 
e TRANSMUTA-LAS 
num MELHOR AMANHÃ.


O conhecimento filosófico 
NÃO DEVE SER REPETIÇÃO DE IDÉIAS 
ou TEXTOS 
considerados importantes daquele autor. 

O processo reflexivo critico
próprio da filosofia
nos dá a possibilidade 
de ter o ATO FILOSÓFICO 
onde a práxis ultrapassa as escritas tradicionais
para uma aplicação em nossa vida diária.



O Blog “Olhar Filosófico”, 
a comunidade no Orkut “Reflexões Poderosas” (com mais de 3131 participantes) 
e o programa on line “Harmonia Interior” (desde 2005)  
 vem com esta proposta. 
Espero que você aproveite e divulgue.





Os sete períodos da História da Filosofia



  1. Filosofia Antiga (entre os séculos VI a. C. até VI d. C). Trata-se basicamente da Filosofia Grega que pode ser dividida em quatro períodos:
    1. Periodo PRÉ-SOCRÁTICO OU COSMOLÓGICO – do final do século VII a.C. ao final do século V a. C. Neste período os filósofos buscavam compreender a origem do cosmo  e tinham como entendimento que o universo é um todo ordenado e buscavam compreender os fenômenos da natureza.
    2. Periodo SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO – final do século V ao final do século IV a. C. Neste período os filósofos buscavam investigar as questões humanas ligadas a ética, aos comportamentos e aos conhecimentos humanos.
    3. Periodo SISTEMÁTICO - final do século IV a. C. ao final do século III a. C. Neste período o destaque era para o filósofo ARISTÓTELES que procurou sistematizar tudo o pensamento do período da filosofia antiga até o seu tempo (final do século III a. C).
    4. Periodo HELENISTICO OU GREGO-ROMANO - do século III a. C ao século VI d.C. Neste período observa-se as transformações na cultura grega na medida que a Grécia passa a fazer parte do Império Romano e, mais tarde, surge o Cristianismo.
  2. Filosofia Patrística – entre o século I ao seculo VII d. C. – a busca era conciliar o Cristianismo com o pensamento filosófico Greco-latino. Havia uma preocupação para as questões religiosas.  Desenvolveram as questões ligadas: a criação do mundo, o pecado original, a ressureição dos mortos, moral, a consciência, o livre arbítrio e as relações entre a fé e a razão. Deu origem a Hodierna Teologia.
  3. Filosofia Medieval ou Escolástica – entre o século VIII d. C. ao século XIV d.C  – Abrange pensadores europeus, árabes e judeus. Houve uma forte influencia pelos pensamentos dos filósofos PLATÃO E ARISTÓTELES mantendo em discussão os mesmos temas do período da Filosofia Patrística. Uma particularidade desta época era a disputa das ideias onde através de uma tese esta deveria ser refutada ou defendida segundo os argumentos de autoridades tirados da Bíblia ou de Platão ou de Aristóteles ou de outros padres (do período da Filosofia Patrística).
  4. Filosofia da Renascença - entre o século XIV d. C. ao século XVI d.C  - Neste período foi resgatado obras perdidas de diversos autores Greco-latinos, escritos de Platão e Aristóteles. Há uma preocupação com a política e a centralidade do homem. Este período é marcado pela passagem do pensamento Teocentrico (centrado em Deus) para um pensamento Antropocentrico (centrado no ser humano).
  5. Filosofia Moderna - entre o século XVII d. C. ao século XVIII d.C  - Neste período é valorizado a reflexão como ponto de partida do raciocínio filosófico. Acredita-se que tudo o que desejamos conhecer deve poder ser transformado em uma ideia clara e demonstrável formulada pelo intelecto. A realidade é vista como algo intrinsecamente racional: a Natureza e a Sociedade são racionais em si mesma. Essa percepção da realidade como um sistema de realidades racionais rigorosamente possíveis de serem conhecidas e transformadas pelos seres humanos deu origem a Ciencia.
  6. Filosofia da Ilustração ou Iluminismo - entre o século XVIII d. C. ao século XIX d.C  - Neste período é o objetivo é levar o ser humano as luzes que estão na razão humana manifestada em todas as formas de conhecimento racional. Pela razão, o ser humano atingiria a liberdade (política, social, religiosa, moral, superstição...). Acreditava-se que está na razão o aperfeiçoamento moral, social, técnico, político e artístico realizado pela vontade livre dos seres humanos.
  7. Filosofia Contemporanea - entre o século XIX d.C  até os nossos dias – onde se vivencia grandes transformações sociais como a ascensão da burguesia ao poder, pelo avanço científico e tecnológico, surgimento de novos países, vivencia de duas guerras mundiais e pelas ameaças de extinção de vida na terra.


Referencia bibliográfica: 
 Vieira A & Ladeira J L. Cadernos de Filosofia – vol 1 – Olhar filosófico. 1.a Ed. Brasilia:Cisbasil – CIB, 2008.  64 p. (Coleção SER) ISBN n.0 978-85-7741-087-3.
 



sábado, 7 de janeiro de 2012

Origem da Filosofia




Tema do Programa Harmonia Interior

Que irá on line no dia 20 jan 2012 as 16:30 hs



A Filosofia, como a conhecemos hoje, 
surgiu há cerca de três mil anos.

Para uma grande maioria de filósofos, 
ser sábio é ter conhecimento da “verdade” 
a fim de ser guiado por ela.  

A verdade filosófica, 
no entanto,
foge ao que o senso comum 
considera verdade.

Sempre houve, 
em todas as civilizações, 
pessoas consideradas sábias. 

No entanto, foi no século VI a.C., 
nas colônias gregas da Jônia, Asia Menor, 
particularmente na cidade de Mileto, 
que apareceram os primeiros sábios que a tradição,
posteriormente, chamaria de filósofos como: 
Tales, Anaximandro e Anaxímenes.   

Sua perplexidade diante do mundo
levou-os a questionamentos complexos
que superaram as explicações mitológicas e religiosas de sua época.


               A originalidade de seu pensamento consistiu, principalmente, em utilizar das dimensões intuitivas e racional da consciência para compreender as realidades que se manifestam aos homens. Suas explicações sobre a chuva, o raio, o trovão, a origem do universo buscam princípios, ou seja, fundamentos para aquilo que dá origem a todas as outras coisas.


               O principio (em grego – arché), por excelência, seria aquele que não foi derivado nem deduzido do nada e do qual derivam todas as outras coisas. Outra característica desses filósofos é a busca da verdadeira natureza das coisas.



                         Quando Anaxágora afirma que: “Chamamos de arco-iris ao reflexo do sol nas nuvens. É, por isso, sinal de tormenta:pois a água que esta ao redor da nuvem produz vento ou derrama a chuva.” (Fr. 19. BTea in illiadem 17,547)

                          Como vemos, o pensamento de Anaxágora, embora não seja a melhor resposta para o conhecimento atual sobre arco-iris, apresenta uma característica fundamental, para a sua época onde a consciência mítica e religiosa das explicações sobre os fenômenos da natureza era a predominante Anaxágora dá uma explicação tipo “científica” ou racional.


                           Este pensamento onde há uma explicação racional e sistemática das características da natureza e do universo é a construção da filosofia ligada a uma cosmologia abandonando-se assim a antiga concepção filosófica da cosmogonia com a explicação mitológica sobre a origem do universo.



A PHYSIS E O NOMOS




                      
                        A Physis esteve presente durante todo o século VI a.C. A Física tem origem na physis que por sua vez origina-se do verbo grego phyein (que significa emergir, fazer nascer, crescer) e se refere a tudo que brota, que surge, que vem a ser independente da vontade ou da cultura humana. Physis são os fenômenos físicos próprios da natureza.
               Nomos, oposto ao physis, tem origem na produção cultural ligados aos valores, crenças, costumes, regras de conduta que surgem por convenção humana e, por isso, não fazem parte da natureza.
               Estes filósofos foram chamados pré-socráticos tendo como exemplo: Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eléia, Tales, Anaximandro, Demócrito de Atenas e outros.
               Para Heráclito de Éfeso tudo o que existe é um fluxo incessante, onde apenas o logos (lei) é estável e inalterável. Sendo o logos que rege a transformação de todas as coisas.
Já para Parmênides de Eléia defendia a ideia que o ser é uno, imutalvel e imóvel. O ser é aquilo que toda coisa existente verdadeiramente possui. Assim, defende que nenhum ser pode vir de um não-ser, ou seja, do nada. Assim, para Parmênides de Eléia acredita que há um principio eterno que dá origem ao cosmo, ou seja, ao universo, considerado como um todo ordenado.
Para Tales o principio que dava origem ao cosmo era a água, para Anaximandro o cosmo se originava do infinito.  Para Anaxímenes, o ar ou sobro de ar era a substancia básica de todas as coisas. Demócrito de Atenas, não acreditava que as coisas pudessem se transformar em outras coisas, mas também não acreditava que as coisas surgissem do nada. Para Demócrito de Atenas a natureza é composta por pequenas pecinhas que se combinavam entre si e depois se separam o que nomeou como átomos. Para ele a única coisa que existe são os átomos e o vácuo. Sua teoria apoiava-se somente no material e por isso foi chamada de “materialista”.    Demócrito de Atenas está de acordo com Heráclito quando esse afirma que tudo flui da natureza; no entanto há algo eterno e imutavel que são os átomos.
São dos filósofos pré-socráticos as perguntas (ainda atuais):
- O nosso cosmo é uma única coisa ou muitas coisas variadas?         
- O mundo é o que parece ser ou é outra coisa diferente?
Para a primeira pergunta: O nosso cosmo é uma única coisa ou muitas coisas variadas?   
Os filósofos que defendem que o cosmo é uma única coisa são chamados de Monistas e os que defendem que o cosmo são muitas coisas variadas são os filósofos chamados de pluralistas metafísicos.
               Na filosofia encontrar uma resposta a uma pergunta apenas faz com que surjam outras perguntas que exigem mais reflexão para novas respostas.



Referencia bibliográfica:
Vieira A & Ladeira J L. Cadernos de Filosofia – vol 1 – Olhar filosófico. 1.a Ed. Brasilia:Cisbasil – CIB, 2008. 
 64 p. (Coleção SER) ISBN n.0 978-85-7741-087-3.