segunda-feira, 19 de março de 2012

FELIZ ANO NOVO ASTROLÓGICO e R+C 3365



FELIZ ANO NOVO!



Na verdade TODO DIA
é UM DIA NOVO...
mas... nós humanos precisamos de referencias...
pois, isto nos humaniza.
A Filosofia é uma prova disto!
Em todas as épocas da humanidade
a busca pelo auto-conhecimento
se faz por varias correntes interpretativas...



Acredito,
que não importa que corrente voce siga!
O mais importante...
é ter uma corrente de pensamento
que voce se identifique
e a partir de um referencial
voce busque respostas
as suas mais intimas questões
do seu existir
da sua essencia!



AMANHà
20 março de 2012
Incia-se o ano novo Astrológico
como também
o Ano Novo R+C



Desejo a todos
FELIZ ANO NOVO
e que novas oportunidades
se abram 
se concretizem
para todos
segundo os seus desejos
e seus merecimentos!
PAZ PROFUNDA
Eneide Pompiani de Moura



Se voce quiser conhecer um pouquinho mais sobre 
as PREVISÕES ASTROLÓGICAS PARA 2012
Segue alguns links 
tenho certeza que voce 
ficará mais atento
a toda energia que nos cerca
e saberá usufrui-las melhor!

Aproveite!
Paz Profunda
Eneide Pompiani de Moura     

 
Previsões Astrológicas de Marcelo Dalla

19 MARÇO 2012. Final de ciclo solar e lunar. A Lua balsâmica em Aquário estimula o raciocínio e a criatividade e nos convida a pensar sob pontos de vista diferentes. A combinação entre Lua e Saturno nos ajuda a moldar os projetos, a formatá-los. Mercúrio retrógrado se une à Urano e reforça a necessidade de repensarmos diversas questões em prol de melhorias. Estamos sedentos por novidades, mas ainda é preciso estudar, revisar e maturar as informações para implementá-las. Enquanto isso, Marte, Júpiter e Plutão em trígono, também favorecem as revisões em prol de uma economia mais justa e saudável. Tempo de grandes mudanças!

O ingresso do Sol em Áries EM 20 MARÇO 2012 marca o início de um novo ano astrológico. O ritmo dos acontecimentos tende a se acelerar nos próximos dias. Mas a Lua ainda finaliza seu ciclo, em Peixes, pedindo momentos de introspecção e análise. Podemos aproveitar para rever o que foi realizado no ano que passou, estabelecer as próximas metas. A Lua nova acontecerá na próxima quinta-feita. Aí sim, contaremos com coragem e clareza para impulsionar as novas iniciativas. Mercúrio retrógrado está conjunto a Urano: falhas e imprevistos estão em pauta. A mente está a mil! A dica é meditar para controlar a inquietação.
autor: Marcelo Dalla


  Previsões Astrológicas de Marcelo Dalla


O Sol entra em Carneiro / Áries no dia 20 Março - Antonio Rosa


Programa Semanal da Astróloga Katia Ripani – Café com Astral


sábado, 17 de março de 2012

ARISTÓTELES - Visão da Antropologia Filosófica




Texto de Eneide Pompiani de Moura da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existência - Universidade Católica de Brasília - Polo: São Paulo, coordenado pelo Prof Vicente Sergio Brasil Fernandes (março/2012).

                       Para o Aristóteles, ao contrário de Platão, o homem permanece na terra e contempla a si mesmo, a natureza e o mundo. O homem retorna-se a si mesmo, tornando-se algo de positivo. Ao falar de si mesmo, sendo o exemplar de uma espécie, alcança consciência de si mesmo enquanto homem e não enquanto este homem. Concluindo, «é, para si mesmo, um ele, e nunca um eu».

                     Aristóteles nos dá uma visão realista do mundo e do homem. Do mundo enquanto, opondo-se ao idealismo platonico, faz das ideias formas da matéria. Do homem enquanto faz o conhecimento intelectivo proceder da experiencia e enquanto afirma que as ideias universais, em seu significado, têm certa correspondência com a realidade externa.
“Aristóteles coloca os ‘pés’ do homem na terra. Fala do homem concreto, aquele que vive no mundo e que interage com e ele e com todos os seres.” 

               Aristóteles ao tomar como fundamento de seu pensar a existência concreta do homem como um ser que está inserido no conjunto da natureza e que – a partir desta consciência de pertença a este conjunto natural – precisa afirmar a sua humanidade de um modo peculiar. Neste sentido, eu reflito que na filosofia de Aristóteles o homem é um “zoon logikon”, isto é, o homem é um animal racional, aquele que tem a possibilidade de construir um sentido para a sua existência, que a torne razoável, justificada pela razão.
O velho pensador de Estagira através da afirmação peculiar de que a essência do homem reside na razão. Essa afirmação perpassa como referência a história das ideias.

Autora: Eneide Pompiani de Moura

PLATÃO - Visão da Antropologia Filosófica


Texto de Eneide Pompiani de Moura da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existência - Universidade Católica de Brasília - Polo: São Paulo, coordenado pelo Prof Vicente Sergio Brasil Fernandes (março/2012).



                   O homem platônico, representado por ele na figura de Sócrates, é um homem inquieto que a todo tempo busca, questiona, a fim de entender a si mesmo. Num esforço perene nessa busca pela auto-compreensão, num projeto sem fim uma vez que a libertação do corpo só se dá pela morte.

                     Platão nos dá a entender que toda a reflexão acerca da vida e do mundo deve partir do próprio homem. Na medida em que se desenrola esse estudo, o homem vai se constituindo. 

                    Para Platão, o homem sendo concreto, é a ele que direciona de modo particular o seu discurso, homem esse representado pela figura de Sócrates. Nesse caso, Sócrates deixa de ser uma forma de expressão, passando a ser entendido «como a expressão filosófica em si mesma», ou o exemplo de um homem filosófico por excelência. Deste modo, se pode entender como a filosofia exalta os vários aspectos fundamentais no contexto reflexivo sobre o homem; isto é, o homem é anterior ao próprio filosofar. Ele posiciona-se diante dos problemas da existência como também diante de si mesmo. Esse posicionamento ultrapassa toda e qualquer filosofia sistematizada.

                    Platão, ao distinguir o homem filósofo como aquele que vive segundo o espírito e o não filosófico aquele que vive segundo a visão sensível das coisas, faz com que a alma adquira uma importância singular, em detrimento do corpo, considerado com entrave para a existência. Mas «esta problemática é uma relação dinâmica que só terá existência se for vivida. Portanto, a dualidade alma-corpo é algo fundamental para a compreensão mais abragente da existência».

               
Para Platão é pela palavra partilhada no processo de diálogo que o ser humano cria o mundo, a verdade. Verdades partilhadas constroem consensos dialógicos. Esse modo de ser do homem sobre a face da terra que necessita se abrir para o outro, através da forma respeitosa e reconhecedora do diálogo, cria a possibilidade de fazer nascer a verdade que, no fundo, já habitava em cada um dos interlocutores.

                 Com Platão a especulação filosófica atingiu inesperadamente uma de suas expressões mais alta. No pano histórico ela representa um esforço de síntese entre Heraclito (devir da realidade sensível) e Parmenides (ser do mundo real), a serviço da vida moral e cívica do homem (Socrates). 

                         A característica dominante do seu pensamento é o dualismo: ser em si e coisas que participam do ser, inteligível e sensível, alma e corpo, etc. Portanto, Platão soube aproveitar este dualismo para dar a toda as atividades humanas sentido transcendente, movimento vertical, valor perene. De fato, o seu poderoso apelo para as ideias ultra-terrenas é uma das mensagens mais nobres jamais comunicadas à humanidade. 


Autora: Eneide Pompiani de Moura

sexta-feira, 16 de março de 2012

Platão e Aristóteles na visão da Antropologia Filosófica


Este é um texto do Prof. Vicente Sergio Brasil Fernandes da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existencia - Universidade Católica de Brasilia - Polo: São Paulo (março/2012).


Na antiguidade grega inicialmente vamos encontrar a força propulsora de tudo que desafia o homem a produzir mitos, o mistério, que envolve a vida e o ser. O homem sente-se como que jogado na existência, em meio à multiplicidade de fenômenos, que o desafiam e que ele tem de ordenar ou organizar, dando significado, em função de um viver. Não só em função da sobrevivência física ou biológica, como todo animal, mas também em função da sobrevivência psicológica e social; o que é próprio do ser humano. Há uma relação estreita entre homem e cosmos. Daí efetivamente podermos afirmar que nesse passo temos uma antropologia cosmocêntrica. Nesse link estão, por exemplo, Homero e Hesíodo, apesar deles já aflorarem alguns elementos de um humanismo que procurava e buscava definir um ideal humano de vida que, partindo embora dos limites da situação existencial do homem, dele depende e por ele é criado.
Passando para a antiguidade clássica vamos encontrar Protágoras (485-411 a.C) p primeiro a formular, numa expressão clássica, a necessidade do homem de avaliar tudo, o que em termos amplos significa a necessidade de tudo mundanizar. Disse ele: “Pánton chremáton métron estin ánthropos (De todas as coisas, sobretudo as de uso e costume, o homem é a medida)”.
Surge nesse momento a passagem de uma antropologia cosmocêntrica para uma antropologia antropocêntrica. Nesse contexto vamos perceber a atuação dos autores pré-Socráticos (a corrente sofística), Sócrates, Platão, Aristóteles e as correntes posteriores (epicurismo, estóicos e os neoplatônicos).
Platão realmente estabelece uma antropologia centrada no dualismo cosmológico e antropológico, concebendo a vida humana, em força da sua própria estrutura, como sendo tensão a resolver-se. Tensão que não se exaure no horizonte da vida pessoal. Ela continua vigente na vida da polis. A sociedade repete, no nível macroscópico-social, aquilo que cada pessoa é no nível individual.
No plano individual o homem é composto por corpo e alma, ou seja, o humano só pode ser completo se for dual. Assim, Platão inaugurou o que ficou conhecido como dualismo. Para ele, o homem não pode ser compreendido apenas pelo corpo ou pela alma. O corpo segundo ele é a morada da alma. A alma é a que dá vida à mente, e, esta permite o intelecto e por fim o conhecimento. Assim sendo, o homem tem duas moradas: a concepção do corpo em antítese ontológica com a alma. Assim ele nos diz no Fédon 67 A: “Além disso, por todo o tempo que durar nossa vida, estaremos mais próximos do saber, parece-me, quando nos afastarmos o mais possível da sociedade e união com o corpo, salvo em situações de necessidade premente, quando, sobretudo, não estivermos mais contaminados por sua natureza, mas, pelo contrário, nos acharmos puros de seu contato...

Segundo Platão, o homem tem uma centelha do divino. O que mais aproxima da essência divina é o amor que deve ser naturalmente algo que vem da alma, pois esse sentimento vai impulsionar a alma à verdade. (Fedon). O Dualismo corpo-alma, a imortalidade da alma, a transcendência, são temas importatíssimos em Platão.
Em Aristóteles, inicialmente podemos destacar que ele é tido por alguns como sendo o primeiro a conceber a antropologia enquanto ciência, buscando também realizar uma sistematização filosófico-científica no que se refere ao debate sobre o homem. Ele responderá ao questionamento de “quem é homem?”, apontando para uma interpretação da vida do ser humano, no contexto da vida em geral. Nasce aqui a vinculação de uma pretença política porque na origem o homem é social. Entra nesse contexto o debate sobre a ética e a vida prática. Assim sendo, a concepção aristotélica de homem centra-se em suas capacidades racional e discursiva, ambas intimamente ligadas à capacidade social. Dada a sua natureza racional, o homem atinge a plenitude de seu ser na posse do conhecimento. A atividade reflexiva permite ao homem afastar-se de sua condição finita e aproximar-se da natureza divina, pois a filosofia primeira é conhecer as causas, que são produzidas por Deus e objeto do conhecimento divino. Assim sendo, para nosso Estagirita o homem realmente é especial e foi tratado por ele com tanta maestria, que podemos dizer que a sua antropologia alcança até hoje os fundamentos da concepção ocidental do homem.

Autor: Prof Vicente Sérgio Brasil Fernandes

sábado, 10 de março de 2012

Diferença entre a religião e a espiritualidade




DIFERENÇAS ENTRE
RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
(Desconheço a autoria)

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é única e pertence a cada indivíduo. 

A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos e sedentos da Verdade. 

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à  Voz  de DEUS . 

A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo e buscar a Verdade maior. 

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior. 

A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprenda com o erro e evolua”. 

A religião reprime.
A espiritualidade transcende  e te faz verdadeiro! 

A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus. 

A religião inventa, interpreta e divulga de acordo com a época. 
A espiritualidade descobre o que deve ser percebido pelo homem pensante. 

A religião  acata.
A espiritualidade questiona tudo. 

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, é de DEUS e do TODO. 

A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União. 

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade te convida a busca-la e entende-la.

A religião segue preceitos.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros. 

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé. 

A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência. 

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser. 

A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender. 

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele. 

A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação. (*)

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora. 

A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente. 

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência. 

A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna. 

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

(Desconheço a autoria)


Paz Profunda
Eneide

quinta-feira, 8 de março de 2012

Lugar do Homem na Cultura Grega - visão da Antropologia Filosófica


Este é um resumo feito por mim do Prof. Vicente Sergio Brasil Fernandes do fórum de discussão sobre “O Lugar do Homem na Cultura Grega” da disciplina "Tópicos de Antropologia Filosófica" do curso de Pós-graduação em Filosofia da Existencia, Universidade Católica de Brasilia - Polo: São Paulo (março/2012).


Diz o Prof Vicente: desejo observar algo que considero interessante nessa compreensão do processo de formação cultural do homem grego.
Geograficamente falando fazia parte do mundo grego antigo a própria Grécia, as muitas ilhas que povoam o mar Egeu, orlas marítimas da Ásia Menor, do Mar Negro e do norte da África, bem como, terras na Itália, na Sicília e no Sul da França. Portanto, verifica-se que o conceito de mundo grego não indica uma unidade territorial, e não é um conceito geográfico. O mundo grego conceitual é estritamente cultural.
Assim sendo, isso significa dizer que a totalidade dos grupos humanos viventes naquele período, mesmo que espalhados por várias localidade, mantinham a mesma cultura e se entendiam enquanto “gregos”.
A reflexão grega sobre o homem constituiu-se a partir de vários influxos da percepção da realidade pela religião, pela sociedade e pela filosofia grega. Com base nisso encontramos certos elementos que são relevantes para a compreensão da visão antropológica grega. Assim, por exemplo, na concepção da antiguidade, as respostas estavam ligadas a algumas perspectivas imateriais e eternas.
Cultura aqui se entenda como a maneira de viver e ser de um povo, diversa da maneira de ser de outro. Suas crenças próprias, típicas, características. Os gregos espalhados pelos diversos países constituíam uma única nação cultural.
A cultura é compreendida como totalidade das manifestações e formas de vida que possibilitam a caracterização de um povo, sendo grego ou não. A cultura é a própria existência do homem, posta em questão pelo eu individualizado: todo o modo de ser do homem é um questionamento. Ao fazermos isso, inauguramos uma nova linguagem, uma nova forma de compreensão do mundo ou do próprio homem que o habita.
 Este processo de reconhecimento de algo que era permanente num horizonte de diversidades de povos, trouxe a compreensão original de pertença a um só povo.
A cultura para o homem grego, pode ser entendida como a totalidade das manifestações e formas de vida que permite a caracterização de um povo. Pois, como sabemos, foi sob o aspecto da cultura que o povo grego considerou a totalidade de sua obra originária em relação a outros povos.
A cultura grega não é um dado exterior ou soberano, mas é um “produto” do agir do homem. Na sua individualidade o homem cria, pensamentos, ações e linguagem que formam a cultura que é também o lugar da realização comunitária.
Efetivamente é próprio do povo grego esse processo de reflexão sobre si mesmo, sobre suas características, sobre seu modo de vida, seus medos. Essa especificidade está explícita inicialmente nos mitos e posteriormente nos demais pensamentos que foram sendo produzidos por aqueles que consideramos “os pensadores” do período. E a pergunta inicial de tudo é: quem é o homem.
O debate que era premente naquele tempo, para não dizer urgente eram questões como: Que bicho é o homem que tem a capacidade de colocar a si mesmo, ao mesmo tempo, como objeto e como sujeito da reflexão filosófica? No entanto, somente podemos realizar o retorno ao que somos se nos dignarmos alcançar o fim do caminho discursivo que percorre a pergunta inquietante: “quem sou eu?”, através da perseguição da pergunta: “quem é o homem?
Contudo, ao discutir sobre quem é esse homem os debates e as reflexões transpõem o espaço do indivíduo e caminham em direção ao coletivo.
O sentido da cultura para o homem grego representa a superação do Zoe (vida animal) para uma vida ideal – BIOS – onde qualifica a pessoa para o exercício da vida política. A partir da cultura grega há o surgimento da cultura como unidade histórica dando expressão ao homem grego como para todos os outros povos independente de ter ou não origem grega. A cultura passa a ser entendida como um princípio formativo através da caracterização de um povo em suas manifestações e formas de vida.
Particularmente considero essa a grande sacada dos gregos, qual seja, compatibilizar de forma absolutamente equilibrada o espaço público e o privado, entendendo o primeiro como um aprimoramento do segundo. Ou seja, é no âmbito das relações que as diferenças se mostram importantíssimas e os interesses individuais se mostram menos importantes. Daí a ênfase no espaço público como o lugar da felicidade e da realização. Aparece aqui a “polis”.
 Entender a pólis é fundamental para entender o sentido da existência do homem grego. Dentre outras questões, a geração de novas estruturas existenciais se torna possível pois permite que, a principio, o homem se perceba como indivíduo e como ser político.
Efetivamente, a realidade cultural fez com que na organização política o povo grego se estruturasse sua autonomia, o que fez surgir – como todos e todas sabemos - as Cidades-Estado autônomas.
Um outra questão é o sentido de existência para os gregos. Antes do nascimento da filosofia, os poetas tinham imensa importância na educação e na formação espiritual do homem entre os gregos, muito mais do que tiveram entre outros povos. Esses poemas também são conhecidos como mitos. Conhecer o significado, a estrutura e a linguagem do mito é de fundamental importância, se quisermos ter acesso à cultura helênica.
A força impulsionadora do mito é o mistério que desafia o homem, que envolve a sua vida e o seu ser. O homem sente-se como que jogado na existência, em meio à multiplicidade de fenômenos, que o desafiam e que ele tem de ordenar ou organizar, significativamente, em função de um viver razoável.
Portanto, a estrutura do pensar mitológico e uma estrutura dualista. De um lado temos o mundo real, físico ou social, marcado pela precariedade significativa, ao qual se opõe o mundo do sagrado, também ele, segundo o mito, real, apesar de transcendente.
O mundo dos deuses opõe-se ao mundo empírico, um mundo de significado pleno. E é por ser pleno e diverso do mundo empírico e, transcendente a ele, que o mundo dos deuses pode explicá-lo. Portanto, a função do mito é certa forma fazer o grupo viver ou vivê-los.
Os mitos traçavam caminhos de existência significativa e caminhos de comportamentos válidos. Portanto, não são delírios. Neles – os mitos - , pelo contrário, sente-se pulsar o questionamento que, mais tarde, a razão explicitará melhor.
No mito, a razão não faz, ainda, abstrações e não se conhece como força cognitiva crítica, capaz de depurar, no crivo da lógica, as imagens da fantasia. Contudo, é forçoso reconhecer os limites dessa abordagem fantástica da realidade.
Na história do mundo grego, Homero (Ilíada e Odisséia) e Hesíodo (Teogonia) marcam esse início.