quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Como se dá a relação entre a alma e o tempo em Agostinho?



Esta é uma adaptação feita por mim, Eneide, do texto original do Prof Vicente Sérgio Brasil Fernandes da Disciplina “O modo de conceber e fazer filosofia de alguns pensadores medievais” da Universidade Católica de Brasília – Curso de Pós-Graduação em Filosofia Existencialista.

 
Introdução (de Eneide): Santo Agostinho (354 – 430 d.C) filosofo medieval, pertence ao grupo dos filósofos patristicos. Segundo Jeuneau, Santo Agostinho  resume sob uma tríplice rubrica: um ideal cultural, uma síntese doutrinal, uma orientação filosófica. O ideal cultural exprime-se por meio de uma imagem bíblica invocada no De doctrina christiana (II, 40, 60-61).

Agostinho vê no episódio do despojamento dos egípcios pelos judeus, narrado no Êxodo (XI, 2 e XII,35-36), um valor simbólico. Ele prefigura a atitude do cristão para com a sabedoria pagã: as verdades acaso anunciadas pelos chamados filósofos não só não devem ser temidas, mas reclamadas deles como de injustos possuidores. É o que o próprio Agostinho põe em prática ao se tornar cristão, monge e bispo. Coloca a serviço da sabedoria cristã sua cultura de retórico.





 Segue o Texto adaptado do Prof Vicente Sérgio Brasil Fernandes para responder a questão “O que é o tempo?” 
Diz o Prof Vicente, uma das perguntas mais difíceis.

 Nada nos é mais familiar do que o tempo, e, quando se trata de dizer em que consiste o seu ser, nada nos é mais estranho e fugidio. 

Platão e Aristóteles tinham levantado esta questão a partir do horizonte do movimento cósmico, especialmente do movimento dos céus, pois é o movimento contínuo e regular dos astros que nos permitem medir o tempo. 

Ao medir o tempo, pressupomos um antes e um depois. 

Aristóteles disse que o tempo era a medida do movimento, o número que se percebe com a passagem do devir, transição do anterior ao posterior, duração, sucessão. 

O tempo medido é número: ritmo de passagem, de transformação, de devir dos entes. 

Entretanto, o movimento é a causa de conhecermos e medirmos o tempo. 

Será mesmo que a essência do tempo é o número do movimento (ritmo)? 

Aristóteles parece ter vista a insuficiência desta resposta.
Se o tempo é número, o que é que numero o ritmo do movimento?
A alma, dizia Aristóteles.
Com isso, Aristóteles trazia a questão do tempo para o terreno da alma que numera o movimento.
Assim como o corpo se define a partir do espaço, também a alma se define a partir do tempo.
O espaço se dá a partir da experiência dos sentidos externos.
O tempo, a partir da experiência do sentido interno, melhor da consciência. 

Agostinho irá fazer da consciência o foco central da análise do tempo.  

Seu horizonte é a duração vivida e a consciência da sucessão. 

Nesta perspectiva, o tempo e a alma são quase a mesma coisa. 

O tempo é uma "distentio animae", um distender-se da alma. 

Como? 

Agostinho responde que o passado é o que se dá como recordação. 
 
O futuro, o que se dá como expectativa. 

E o agora é o que se dá como atenção ou como auto-presença da mente a si mesma. 

Na verdade, todo tempo é agora. 

O passado é o agora que foi retido na memória e que se torna presente como recordação. 

O futuro é o agora que se espera e que se tem presente como expectativa. 

Para Agostinho, há três formas de presente:
-         o presente do passado,
-         o presente do futuro e
-         o presente do presente. 

Para Agostinho, tudo se define, porém, como presente, a partir da presença da alma a si mesma. 

Neste sentido, o tempo é uma imagem da eternidade. 

Eternidade é puro presente e pura presença. 

A grande luta existencial do homem consiste em recolher-se de sua perda de si mesma junto às coisas fugidias e múltiplas, que tendem para o não-ser e concentrar-se no presente, na presença, no agora da eternidade de Deus, onde tudo é uno. Este é o anseio maior da contemplação.


Os Filósofos da Patrística – Justino, Clemente e Orígenes



Esta é uma adaptação feita por mim, Eneide, do texto original do Prof Vicente Sérgio Brasil Fernandes da Disciplina “O modo de conceber e fazer filosofia de alguns pensadores medievais” da Universidade Católica de Brasília – Curso de Pós-Graduação em Filosofia Existencialista.





Introdução (de Eneide): Patrística entende-se o período da cultura cristã, entre o século II ao VIII. Neste período os Padres da Igreja, foram os construtores da teologia católica e conseguentemente da doutrina cristã. Os Padres Apologistas faziam uma defesa racional do cristianismo contra o paganismo e aos hebreus. Como exemplos de padres apologistas temos Justino, Clemente e Orígenes.




 Segue o Texto adaptado do Prof Vicente Sérgio Brasil Fernandes para responder a questão de Como se relacionam filosofia e fé cristã em Justino, Clemente, Orígenes?

Justino, Clemente e Orígenes ocupam um lugar especial na história do cristianismo e também da filosofia, pois são os primeiros a tentar uma síntese histórica de pensamento grego e fé cristã.

Agostinho é o padre latino mais importante para toda a história do cristianismo ocidental.

Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo havia escrito que a mensagem cristã (a pregação do Crucificado) era uma loucura para os que buscavam sabedoria (os gregos, os filósofos) e que era sabedoria para os que entravam na existência da fé. 


Portanto, para Paulo, fé e filosofia eram coisas inteiramente e radicalmente diferentes.
 Uma era loucura para a outra. 


Alguns "Padres da Igreja" mantiveram essa opinião. Tertuliano, por exemplo, pergunta: o que tem a ver Jerusalém e Atenas? 


Outros culpavam a filosofia por ser a filha predileta do paganismo e a mãe de todas as heresias que já começavam a surgir no cristianismo. 


Não obstante isso, nos primeiros séculos cristãos as resistências iniciais contra a filosofia começam a cair e alguns "Padres da Igreja" começam a ter uma posição mais favorável e conciliadora entre fé cristã e filosofia.
 Isso será de consequências extremas para a história da filosofia. Desde então o destino da filosofia se encontra com o destino do cristianismo e o modo de pensar grego é inteiramente redimensionado no horizonte da teologia cristã. 


Mesmo na modernidade, quando ocorre um processo de secularização, de dessacralização e de descristianização da cultura ocidental, o modo de pensar dos filósofos ainda estará fortemente comprometido pelas representações cristãs dos conceitos filosóficos.


Com Justino, Clemente e Orígenes, estamos nos séculos II e III da era cristã.


 No século II o grande empenho dos filósofos e intelectuais que se convertiam à fé cristã era de apresentar, justificar e defender a fé cristã diante do Estado Romano. 


Era a hora dos apologistas. 


Eles deviam mostrar que o cristianismo não era absurdo, que o que os cristãos pregavam podia estar acima da razão, mas não era anti-racional.



Filosofo da Patrística – Apologista – Flavio Justino Mártiri ou São Justino

 

Justino foi um dos mais decisivos apologistas do cristianismo, tendo escrito apologias a Marco Aurélio, o filósofo estóico e imperador. 


Uma obra importante onde Justino nos dá uma idéia de sua compreensão da filosofia e do cristianismo se encontra no "Diálogo com Trifão". 


Trifão era o nome de um sábio judeu, que questionou a busca filosófica de Justino.
Naquele tempo, entendia-se que o essencial da filosofia era a ética - a lógica e a física era para ajudar o homem a pensar e a se situar no universo, mas o mais importante era a ética.
E a ética era entendida como a ciência da felicidade.
 O homem filosofa para ser feliz.
Mas, a felicidade suprema, como tinha ensinado Aristóteles, estaria na "theoria", isto é, na contemplação, no conhecimento da verdade por causa da própria verdade.
Assim, a filosofia era a busca da verdade e da sabedoria que daria ao homem a condição de ser feliz.

 Justino tinha feito um itinerário por várias correntes filosóficas de seu tempo, mas em nenhuma ele tinha alcançado um conhecimento da verdade que pudesse lhe dar uma verdadeira felicidade. 


Este conhecimento Justino julga ter encontrado somente na fé cristã. 


A fé cristã era, para Justino, a verdadeira filosofia, a plenitude da filosofia, ou seja, do saber da totalidade, da verdade, que concede ao homem a felicidade. 


Justino compreendia o cristianismo como filosofia plena, por isso jamais deixou o manto de filósofo, mesmo depois de convertido ao cristianismo. 


Além disso, Justino entendia que a sabedoria verdadeira, amada e abraçada pelo filósofo cristão, era o Logos de Deus e que o Logos se fizera carne em Jesus Cristo. 


O Logos é a sabedoria eterna de Deus que ilumina todo o homem no conhecimento da verdade. 


Por isso, Justino dizia que todo aquele que conhece a verdade, ao menos em parte, é cristão.

 Para Justino, Heráclito e Sócrates eram cristãos, pois escutaram a fala do Logos! 


Os filósofos teriam tido um conhecimento parcial do Logos, mas só a revelação cristã oferecia ao homem o conhecimento total do Logos. 


Platão tinha dito que a filosofia era como um barco que o homem tem para atravessar o mar da vida. E que a navegação do filósofo era uma "segunda navegação", o que significa: não era uma navegação feita à vela (primeira), mas uma navegação feita a remo, com o esforço do braço do navegador. 


Platão dizia também que, se fosse dada ao homem ou ao filósofo uma palavra e uma revelação divina, ele não deveria hesitar em abraçá-la e se deixar guiar por ela.
É por isso que Justino não hesitou em saltar da busca filosófica do pensamento para a sabedoria da fé e da revelação cristã. 


Justino acreditava também que a filosofia vinha não da mitologia, mas de uma sabedoria divina, revelada, que era anterior a ela mesma. Portanto, ao se fazer cristão, o filósofo estaria nada mais nada menos do que reconduzindo a filosofia à sua própria fonte ou origem. Esta atitude de Justino abriu, então, o caminho para os outros.


Clemente continuou a idéia do Logos como mestre universal da humanidade, Justino.

Filosofo da Patrística – Apologista – Clemente de Alexandria (150 – 216 d.C)

 


Para Clemente, o Logos é quem exorta o homem para a busca da verdade. 


O Logos é o pedagogo da humanidade, pois a educa e a corrige.


 O Logos é, ainda o mestre que ensina e ilumina a humanidade. 


Ora, o mesmo Logos que guiou os judeus no caminho da Torah, tinha guiado os gregos pelos caminhos da filosofia. Toda corrente filosófica tem algo de verdadeiro. Por outro lado, nenhuma corrente filosófica é toda a filosofia ou a filosofia verdadeira. 


Para Clemente, a filosofia verdadeira é a fé cristã. 


A passagem da investigação filosófica para a sabedoria da fé, porém, é um salto. Mas é um salto necessário para quem busca a verdade e a sabedoria. A filosofia não é a verdade, nem a sabedoria. Ela é serva que busca verdade e a sabedoria. 


Onde se encontram, porém, a verdade e a sabedoria? Na revelação divina, diz Clemente.


Mas, basta ao homem a fé, para ele entrar na posse da verdade plena e da sabedoria universal e total? Não, diz Clemente. 


O crente precisa passar da simples fé para o conhecimento (gnosis) da fé. 


Numa época em que o gnosticismo era o grande perigo para o cristianismo, pois reduzia a fé ao conhecimento, enquanto vários amaldiçoavam o conhecimento por causa desta pretensão do gnosticismo, Clemente inverteu as coisas: reconduziu e submeteu o conhecimento (filosófico) à fé e postulou que a fé deveria chegar à plena transparência de si mesma como conhecimento (teológico). 


Mas o conhecimento da fé não é conhecimento meramente racional e sim conhecimento pessoal-místico do encontro com Deus. 


Clemente abriu, assim, o projeto da Idade Média: da ciência à filosofia, da filosofia à fé, da fé ao conhecimento teológico, do conhecimento teológico ao amor, do amor à mística da união com Deus.

Filosofo da Patrística – Apologista – Orígenes (185 a 255 d.C)

 

Orígenes foi aluno de Amônio Saccas e colega de Plotino em Roma. 


Deu organização e vida à escola catequética de Alexandria, assimiliando os elementos da Paidéia (educação grega) na formação do cristão, segundo o programa proposto por Clemente. 


Prezava as artes liberais (as 7 ciências básicas da antiguidade: o trivium, que se referia à linguagem, e o quadrivium, que se referia ao conhecimento matemático da natureza) e via nelas uma maneira de o homem se elevar até à filosofia propriamente dita. 


O modelo axiomático-dedutivo da geometria lhe serviu como parâmetro para construir o conteúdo sistemático da doutrina da fé cristã. 


No "Perì Archôn" (Dos princípios), Orígenes sistematizou a teologia pela primeira vez, partindo dos princípios da realidade, do conhecimento e da fé, e tirando-lhes as consequências. 


Orígenes foi também um grande hermeneuta dos escritos sagrados dos cristãos, retomando o método alegórico de interpretação, já iniciado por Filo de Alexandria.


Orígenes defendeu  a integração entre a investigação da razão e a obediência da fé, diante do racionalismo dos pagãos (como Celso) ou diante do fideísmo dos cristãos (Tertuliano, por exemplo). 


No "Contra Celso" Orígenes traz à fala a identidade do cristianismo: o cristianismo propõe a excelência da caridade, ali onde o grego põe a excelência da justiça; a redenção como obra da graça sobrenatural na história, ali onde o grego põe a inserção racional na ordem natural do universo; a encarnação de Deus, sua imanência no mundo terreno e seu amor pelos homens, ali onde o grego põe um Deus transcendente, supra-celeste, impessoal e indiferente, amado por todos como fim supremo, mas incapaz ele mesmo de amar; a fé de que a redenção alcança a carne humana e a matéria cósmica, de que essas são, na sua origem, obras da ação criadora de Deus e que serão, no fim, redimidas juntamente com o espírito, ali onde o grego recorre ao espiritualismo que reduz e condena a matéria ao não-ser e à função de origem do mal. Orígenes postulou a liberdade e não a necessidade como o sentido de todas as coisas no universo e na história. 


Na concepção de Orígenes a criação é um ato livre de Deus. 


A criação procede não da necessidade e sim da liberdade de Deus. 


Todos os entes criados são contingentes: são, quando poderiam não ser. “O ser, portanto, não lhes é algo de próprio, mas uma dádiva de Deus” (De Princ. II 9, 2). 


O motivo da criação de Deus é sua própria bondade. 


Junto com a contingência, vem também a temporalidade. 


Todos os seres criados são mutáveis. 


Para Orígenes, antes de tudo, na ordem da criação, vêm os seres espirituais. 


A natureza não é outra coisa que o palco onde se desenrola a história: o drama desencadeado pelas criaturas racionais/espirituais e suas livres decisões. 


O drama cósmico começa com a livre decisão dos seres racionais de se voltarem da plenitude do ser (Deus) para o não-ser (a criatura); e termina com o endireitamento e o resgate do universo, graças à encarnação do Logos divino e à sua obra de redenção histórico-cósmica. 


Com o pensamento de Orígenes há o princípio da liberdade e o horizonte da historicidade, rompendo, assim, como o emanacionismo necessitarista neoplatônico.


 Orígenes foi um grande escritor cristão; o primeiro a buscar construir uma ciência da fé. Neste sentido, foi, sem dúvida, um dos maiores Padres da Igreja. 


Em sua síntese, Orígenes, pulsa toda uma metafísica do espírito e uma ontologia da liberdade. 


Em Orígenes cada passo da construção da doutrina da fé, o pensamento se põe a sondar também o abismo da liberdade como momento originário, fundamental e fundador de todo o cosmos e do drama que o envolve, em seu movimento de queda e de reerguimento e reconstituição. 


Para Orígenes a liberdade é o motivo da criação, da queda, da redenção pela encarnação do Lógos, e é também da repristinação de todas as coisas. 


Orígenes não somente deu o aval de uma teologia sistemática e do uso da filosofia, especialmente da metafísica, na construção de tal teologia, mas também legou aos homens do futuro, os medievais, os aportes fundamentais para uma hermenêutica bíblica baseada numa interpretação espiritual e mística das Letras Sagradas. 


Contudo, como Orígenes foi um pioneiro e, apesar de buscar se ater à “regra da fé” da tradição apostólica, algumas vezes tenha resvalado para ensinamentos que mais tarde se revelaram, à luz do magistério dos concílios, como heterodoxos, tornara-se um pensador cristão muito controverso. 


Orígenes não era um herege. 


Como teólogo, se aventurou a pensar e escrever sobre pontos que não estavam claros na bíblia, nem na tradição apostólica. 


Muitas das inferências de Orígenes tinham, para ele, um valor hipotético. 


Algumas delas se revelaram, depois, heterodoxas. 


Mas continuaram sendo defendidas por origenistas obcecados, que dogmatizavam as doutrinas do mestre. Nestas correntes, o platonismo extremo exercia uma forte influência. Os origenistas foram monges que viveram no Egito, na Palestina e na Síria, entre os séculos IV e VI. 


Os concílios acabaram condenando, dentre outras, as doutrinas da preexistência das almas, da reencarnação, da não punição eterna dos demônios e das almas humanas, a “apokatástasis”. Apesar de toda a turbulência em torno dos origenistas nos séculos seguintes à sua morte, Orígenes gozou de grande respeito também por parte de outros Padres da Igreja e dos pensadores medievais.


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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hoje, 2 novembro - Dia de Finados!


  
 

Pode até parecer um dia de feriado comum... 
mais...
fica a nostalgia... 
que só quem sente a saudade de quem não está mais neste plano,
sabe como este dia é "diferente" dos outros feriados!

Acredito na “VIDA”
Acredito na VIDA ETERNA!

Assim, neste dia onde a sensação é de um “vazio”
Que não se explica.... racionalmente....
Fica a certeza que  em algum momento...
Estaremos todos juntos!

Na volta à Unidade
Como é o pensamento dos Neoplatonistas
A qual eu acredito...

Enquanto isso...
Fica a Nostalgia
Fica a Saudade!
Fica a Esperança de um novo reencontro!

FICA O AMOR ETERNO
AGRATIDÃO ETERNA

De todos que passaram em minha vida terrestre
Mais estarão presentes
EM MEU CORAÇÃO!.....
ETERNAMENTE!

PAZ PROFUNDA!
(autora: Eneide Pompiani de Moura)